ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÉDICAS E MÉDICOS PELA DEMOCRACIA

Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia - ABMMD

Carta de Fortaleza

A Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, fundada em 26 de outubro de 2019, em Assembleia realizada na cidade de Fortaleza-Ce, se propõe a construir pontes de fortalecimento da unidade de princípios de nossa categoria médica, em defesa da democracia, da ética, da vida e da proteção do exercício da medicina em condições dignas de trabalho, de remuneração justa e segurança do vínculo empregatício.

Desenvolverá suas atividades  baseada em quatro pontos de ação:

▪defesa do Estado Democrático de Direito, das garantias  individuais e coletivas, dos direitos sociais e dos direitos políticos;

▪defesa dos Direitos Humanos, que explicitam a dignidade inerente a todos os membros da família humana, os quais têm direitos iguais e inalienáveis como fundamento da liberdade, da justiça e da paz;

▪defesa do Sistema Único de Saúde como conquista da sociedade brasileira, que inseriu na sua Carta Magna o preceito de que "saúde é um direito de todos e um dever de Estado" e que se constitui numa forte ferramenta de combate à desigualdade social;

▪defesa do exercício ético do trabalho médico, baseado nas melhores evidencias científicas disponíveis, no cuidado humano generoso e na observância dos princípios de autonomia, benignidade, não malignidade, confidencialidade e justiça.

 Ao nos comprometermos a praticar o exercicio ético da medicina e a prática da cidadania, inspirados nesta plataforma de ação e princípios, esperamos contribuir para a construção de uma sociedade livre, democrática, justa e solidária.

Fortaleza, 26 de outubro de 2019

Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia - ABMMD

SUS em São Paulo

Narrativas sobre o SUS em São Paulo

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    Evaldo

    Antonio: Entrei na OS Fundação Zerbini para fazer PSF. Já havia sido médico concursado da prefeitura de São Paulo, São Bernardo e Diadema.
    A qualidade da assistência médica e da dedicação dos funcionários públicos principalmente de São Paulo era uma lástima. Serviço burocratização, desorganizado e trabalhadores, em sua maioria descomprometidos. São Bernardo e Diadema passava por um processo diferente, de valorização do funcionalismo e um investimento relstivo em sua formação. A primeira OS aqui em São Paulo foi o Santa Marcelina, com quadros competentes e comprometidos com saúde pública e fortalecimento do SUS. Seguiram -se a Fundação Zerbini, com dirigentes técnicos muito competentes também, tendo à sua frente o saudoso David Capistrano e sua equipe, vinda da Secretaria de Saúde do Santos. Posteriormente a Santa Casa e a USP com seus dirigentes fortemente ligados à cadeira de Medicina Coletiva, e a Associação Saúde da Família, uma ONG com uma direção muito séria também. Dentro de quase todas essas entidades, no deu corpo diretivo, desde o início despontaram gestores que enxergaram o enorme potencial de manipulação de verbas vindas do ministério, causando muitas vezes atritos entre o corpo técnico e administrativo. David Capistrano e boa parte de sua equipe foi a primeira vítima desse choque. A facilidade de manipular verbas públicas sem ter que prestar contas fizeram surgir outras entidades (OSs) que se prestaram a todo o tipo de deturpação da prestação de assistência médica, para garantir cada vez mais UBSs e mais verbas. A gestão baseada na qualidade que havia sido o diferencial, daquelas primeiras entidades que já citei, deram ânimo a muitos profissionais que puderam sentir que dentro do serviço público havia campo e oportunidade para prestar um serviço de qualidade muitas vezes superior ao engessado e arcaico sistema público anterior. Pouco a pouco a gestão burocrática foi corrompendo a qualidade oferecendo aos órgãos de direção da Secretaria de Saúde Municipal, aquilo que deles era exigido: NÚMEROS. Números de atendimentos. Números de procedimentos.
    O Esforço do Ministério da Saúde de monitorar s qualidade da Estratégia de Saúde da Família, através da AMQ (avaliação para melhoria de qualidade) fracassou, por que na prática o que se exigia era produção.
    Então, baseado na minha pequena experiência, aqui em São Paulo, acho que o exito inicial da prestação de serviço de qualidade, com valorização do funcionário contratado pela CLT, sua formação em serviço é gerenciamento competente, pos a nu as deficiências do serviço público arcaico.
    Então acho que não dá para discutir o problema das OSs desvinculado da questão fundamental que é a formação de quadros profissionais competentes e de carreira do SUS. Não adianta nada jogar fora essas OSs que tanto se deformaram com o tempo e pensar que se pode tocar todo esse serviço com funcionários descomprometidos e deformados por anos e anos de clientelismo de favorecimentos políticos, onde o funcionário esforçado era mal visto pelos colegas, onde a indicação e/ou proteção de um vereador ou deputado contaminava e minava o ambiente de trabalho.

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    Evaldo

    Evaldo: Acho que o Eder me ensinou que não devemos condenar, quando classificou de OS boas e OS picaretas.
    Quando o PAS entrou, criado pelo Maluf em 1995, já havia uma descrença muito grande no servidor público.
    Fui contra, respeitei os que optaram em aderir, mas achava que precisávamos de uma alternativa às terceirizações e ao modelo estatutário, quando retornassemos ao SUS.
    Nesses anos todos tivemos o professor Gastão Wagner que sempre ofereceu alternativas, que o status-quo nunca permitiu que ocorrese.
    Ao ver o discurso emocionado do Eder, como presidente do SIMESP de 2014 a 2020, um período difícil, entendo que a compreensão de todo este processo macro da mudança no trabalho precisa ser melhor entendida para ser melhor enfrentada.
    Eu gosto de História, @Antonio , e gosto de aprender pela luz dos que a viveram.

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    Evaldo

    Shin Shiang: Sua análise está ótima
    Sou funcionária de um centro de referência de práticas integrativas de saúde
    As PICS no Sus
    Nós já passamos por uma OS a saude da familia
    Mas depois de 3 anos deixaram-nos e não quiseram retomar outro contrato
    Nossa produtividade era muito baixa
    Nós trabalhamos com prevenção
    Não somos porta de entrada na rede primária
    Assim continuamos na prefeitura e agora com a entrega de outras unidades às OS estamos recebendo outros funcionários efetivos
    Também continua flagrante a falta de compromisso de muitos colegas médicos no atendimento aos pacientes!!
    Fico chateada pelos pacientes e por perceber quão distante estamos de conseguir um coletivo de funcionarios verdadeiramente comprometidos com o Sus