A subutilização da força de trabalho constitui um dos maiores absurdos, num país e numa cidade onde há tantas coisas por fazer e tanta gente “se virando” para sobreviver. O Brasil tem uma população ativa de 105 milhões, mas conta com apenas 33 milhões pessoas com emprego formal no setor privado, 31% do total. O setor informal representa 40 milhões de pessoas, somados ao desemprego aberto de 12 milhões temos 52 milhões de pessoas subutilizadas, a metade da população ativa. A subutilização da nossa força de trabalho representa um dos maiores absurdos neste país.Em termos de inclusão produtiva, os eixos de ação são claros: o apoio à pequena e média empresa, principal empregador no setor privado; a generalização da cobertura internet e apoio financeiro e técnico para que o empreendedorismo individual ou de grupos seja efetivo, e não um disfarce; a generalização de iniciativas locais, bairro por bairro, em particular nas periferias, de melhoria das condições de habitação; e a expansão de políticas sociais, como educação, saúde, cultura, esporte, segurança e outros, hoje empregadores mais importantes do que a indústria. Em outros termos, a existência de tantas coisas a fazer, e de tanta mão de obra parada, precisa ser transformada em oportunidades de transformação econômica e social. Em termos de organização, isso envolve iniciativas descentralizadas, com protagonismo das próprias comunidades. Há inúmeras iniciativas intensivas em mão de obra que esperam o pequeno apoio organizacional, técnico e financeiro que as viabilize. Mas o essencial mesmo é que cada um possa encontrar o seu lugar. Celso Furtado escreveu com razão que quando uma pessoa está fora do sistema produtivo, qualquer contribuição é lucro. (Ladislau Dowbor)

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