A gestão racional de uma cidade como São Paulo não é viável sem uma radical descentralização do seu processo decisório. Com seus 12 milhões de habitantes, mesmo com administrações regionais, que contam em média mais de 300 mil habitantes, e os distritos com cerca de 100 mil, e profundas diversidades econômicas, sociais e culturais, achar que encontraremos caminhos para o uso racional dos recursos, e adaptados às necessidades reais da população, a partir do gabinete do prefeito, não é realista. Inúmeros exemplos de administração de grandes cidades mostram que a eficiência no uso dos recursos está diretamente ligada à proximidade com os que conhecem as suas realidades, os principais interessados. Muitos bairros, inclusive, já tem uma forte identidade cultural, e um bairro na cidade de São Paulo constitui frequentemente tem uma massa populacional superior a tantas cidades que dispõem de administrações autônomas. Na outra dimensão territorial, particularmente em termos econômicos, somos um grande centro econômico cujo território é marcado pela grande cruz que desenham Campinas e Santos na vertical, e Sorocaba a São José dos Campos na horizontal, além da dimensão propriamente metropolitana. Aqui, São Paulo, como núcleo dominante, tem um papel importante a desempenhar, desenvolvendo capacidade de planejamento de complementariedades territoriais. Consórcios intermunicipais têm se demonstrado instrumentos poderosos de racionalização. (Ladislau Dowbor)

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