Sempre vista como secundária no processo de desenvolvimento econômico e social, a cultura desempenha, no entanto, um papel chave na construção da coesão social, da identidade, do sentimento de pertencer a uma comunidade, da articulação de um território. No caso do gigantismo de São Paulo, com uma população maior do que a maioria dos países, há uma imensa diversidade de culturas que se cruzam. O que já foi chamado de São Paulo de Mil Povos, na realidade envolve uma riqueza de culturas como poucas cidades no mundo apresentam. Valorizar essas culturas, as suas festas, músicas, representações teatrais, modas, culinárias, organizando por exemplo uma semana de cada nacionalidade, de cada região, expandindo a riqueza das heranças presentes na cidade, constitui um processo de integração humana essencial. A cidade é um organismo vivo e criativo, com muita riqueza cultural abafada por um sistema de isolamento em condomínios, de divisão em áreas nobres e periféricas, de solidão em apartamentos, de ruas desertas. Apoiar e fomentar atividades culturais é inclusive essencial para essa juventude carente de espaços de sociabilidade, que busca expressão em raros momentos que explodem pela sua própria raridade. As próprias tecnologias permitem hoje democratizar a criatividade de tantos grupos espalhados pela cidade. A riqueza cultural constitui uma dimensão essencial da humanização dos espaços urbanos, e o desenvolvimento que se busca não se limita à dimensão. precisamos, inclusive, despertar os bairros-dormitório. (Ladislau Dowbor)

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