Sabemos hoje, por inúmeras experiências brasileiras e no exterior, que tirar as pessoas da pobreza crítica, da opressão, de formas degradantes de sobrevivência, representa custos extremamente limitados. O Bolsa Família que tirou dezenas de milhões da miséria custou menos de 0,5% do PIB. Ter fome, pessoas dormindo nas calçadas, pessoas vivendo sobre córregos contaminados, crianças e suas mães reduzidas a situações cruéis, numa cidade rica como São Paulo, não é só desumano como vergonhoso frente a toda esta riqueza espalhafatosa e ridícula. Em particular, no nível econômico, é simplesmente irracional, na medida em que fere profundamente a imagem de São Paulo para o mundo, torna-a muito menos atraente. A crueldade tem limites, e uma mãe não poder comprar um medicamento para um filho doente é uma indignidade. Trazer, para a discussão do que se vai fazer pela cidade de São Paulo, um sentimento de justiça, é fundamental. Tal como está, é uma vergonha para todos nós, e fator de rechaço para o resto do mundo. Não é questão de esquerda ou direita, é uma questão de decência humana. Medidas simples irão contribuir muito para criar um clima de solidariedade urbana. E em termos de atratividade econômica da cidade, sim, é uma das políticas de melhores resultados de custo-benefício.

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