É noite.

Luzes artificiais tentando vencer a escuridão.

O medo da noite.

 

A iluminação é abundante,

mas mesmo assim, insuficiente para iluminar

as ruas,

as pessoas que passam.

 

A luz de neon, a lâmpada de mercúrio, a lamparina

deformam as formas,

mudam as cores,

escondem um detalhe,

sublinham uma característica.

 

As pupilas se dilatam tentando recolher da noite

a luz existente,

tentando discernir os objetos entre tantos focos luminosos.

 

O medo da luz noturna

não apavora os companheiros caminhantes.

Há a certeza de que a luz do dia virá.

Evaldo Shinji Kuniyoshi

Publiquei este poema de 1984 no Facebook em 2011, no dispositivo Notas, que foi desativado. Desta forma, corro o risco de perder o conteúdo, como aconteceu com os conteúdos publicados no ORKUT sobre Vigilância em Saúde, Cibercultura e Inteligência Coletiva, em que era colaborador assíduo, criando tópicos e participando das discussões das Comunidades Virtuais.

Republico aqui, como memória da procura das luzes, naqueles anos tumultuados da década de 1980, de minha formação profissional.

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