Sobre a Dignidade no Ambiente de Trabalho

Prof. Dr. João Bosco Casarim Arcieri

Como atual assessor em RH Desenvolvimento da STSLAPI que tem, entre outras responsabilidades, a de cuidar dos servidores em seu âmbito de trabalho, peço licença para esse breve ensaio em homenagem ao Dia do Trabalho.
O dois pilares que dão dignidade ao trabalho de qualquer pessoa são a responsabilidade, de um lado, e a solidariedade de outro. Entenda-se que estou falando de trabalho realizado em grupo.
É no exercício da solidariedade que um grupo transforma-se em equipe.
É a solidariedade que humaniza o trabalho, de outro modo ele é apenas um exercício de ação mecanizada que segue prescrições pré-determinadas.
Outro pilar é a responsabilidade, mas essa, para quem tem enraizado o princípio da solidariedade, passa a ser natural. A atenção amistosa ao outro não permite que nos tornemos omissos, displicentes. A responsabilidade de cada um se torna a responsabilidade para com alguém que está ao meu lado e eu quero cuidar para que fique bem.
Para sermos solidários temos que tolerar as falhas de nossos colegas, que por espelhamento, refletem as nossas.
Apontar as falhas não percebidas também pode ser um ato solidário, desde que tenha o sentido de ajudar, de ajudar a refazer ou desfazer e não vire um exercício, prazeroso para muitos, de encontrar um bode expiatório, onde se pode descarregar a culpa e o sentimento de limite.
A solidariedade é, justamente, o antídoto da condição de falibilidade humana. Não há ser humano infalível. É a partir dessa constatação, para quem a pode humildemente aceitar, que se faz necessário que aqueles que se consideram verdadeiros colegas de trabalho, ao se olharem mutuamente, ao se reconhecerem, ajam em favor da superação dos limites de cada um e, em um esforço de cada um que se agrega, fazer a diferença. Se vivemos em um ambiente competitivo, em que cada um está apenas preocupado consigo, em defender o seu pequeno território, triste engodo, o ambiente se torna hostil, e esse pobre coitado, na primeira oportunidade será lesado por seu vizinho. Por outro lado, a humanização gera o bem de todos e, portanto, também de si, porque quem vive e trabalha em um ambiente solidário tem a paz de saber que pode contar com o outro.
Assim conjugados, responsabilidade e solidariedade é a fórmula que eu proponho para uma gestão humanizada.
Espero que essa pequena contribuição, no espírito desencadeado pelo Dia do Trabalho de 2012, ajude a avançar na construção de ambientes de trabalho mais saudáveis.
Como diz o poeta, gentileza gera gentileza.

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Comentário de Evaldo em 2 maio 2012 às 11:29
Reflexões do Prof Dr João Bosco, da STS Lapa Pinheiros, sobre o trabalho.
Concordo com as suas colocações sobre o trabalho solidário.
Para que isso aconteça, precisaríamos aliviar nosso modelo competitivo de organização social, para uma forma mais cooperativa (e mais leve/humanizada) de organização.
Ao entender a dificuldade do outro e trabalharmos juntos para objetivos comuns, inclusive de superação de barreiras estruturais não humanizantes, estaríamos construindo ambientes de trabalho mais saudáveis, acho eu.

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