CONFERÊNCIA SÃO PAULO SUA - ZONA LESTE (1)

[Evaldo]

Desenvolvimento da Região

Breve Histórico

Antes da Colonização – O Paraíso. Matas, Flores, Frutos, Rios... Índios Colonização Séc. XVI – Passagem e morada de jesuítas em trabalho de catequização dos índios. Fazendas. Escravização e massacre indígena.

Ferrovia Sec. XIX – A atual conformação dos bairros e da população começou em torno das estações de trens, construídas no final do século XIX e início do século XX, ao longo dos dois ramais ferroviários que saem do Brás, dividem-se antes da Penha e vão até a cidade de Mogi das Cruzes. O trem servia e ainda serve para transportar trabalhadores para as fábricas em Ermelino e São Miguel Paulista e levar os trabalhadores em direção ao centro, mas também para conectar a cidade com as fazendas e chácaras.

Industrialização Sec. XX – A partir dos anos 1950 e 1960 com a intensificação da industrialização e chegada das multinacionais, principalmente as automobilísticas. Com o crescimento desordenado dos bairros, vêm também necessidades de todos os tipos, desafiando as autoridades e impulsionando as lutas populares para garantir escolas, atendimento à saúde, transportes, creches, habitação, entre outras demandas.

Situação Atual

Demandas Sociais - A região concentra o maior número de crianças e adolescentes da capital (IBGE). O que exige das autoridades e da sociedade civil o compromisso com políticas públicas voltadas para esses públicos. Portanto as ações nas áreas de educação, cultura e geração de emprego e renda ganham ainda mais relevância diante deste cenário.

Empregos escassos - A região ganhou o estigma de “cidade dormitório” que a persegue até hoje. É conhecido o sofrimento diário do povo para se deslocar de manhã para as regiões (centro, Brás, Mooca, zona sul) e cidades vizinhas (Guarulhos, ABCD) concentradoras de empregos e voltar para suas casas no fim da jornada. Essa lógica insana leva muitas lideranças e autoridades a pensar e desenvolver projetos que revertam essa situação: criar empregos de qualidade na própria região, que conta com dois polos industriais, de Itaquera e São Mateus. Os empregos gerados mais intensamente nas últimas décadas foram os da área de serviços (faculdades particulares, grandes redes de supermercados, shoppings, telemarketing etc.) que exigem mão de obra menos qualificada, com salários mais baixos.

Boa infraestrutura viária - Estudos mostram que o que atrai empresas para uma determinada região são, principalmente, as infraestruturas viária e de conhecimento. Na Zona Leste, a infraestrutura viária, com o prolongamento da Radial Leste até Guaianases (a partir dos anos 2000) e o término da ligação da Av. JacuPêssego com a rodovia dos Trabalhadores e com o Rodoanel (a partir de 2010), de certa forma, foi equacionado.

Infraestrutura de conhecimentos - depende da consolidação dos polos universitários da USP-Leste, em Ermelino Matarazzo, e Unifesp-Leste em Itaquera, além das Fatec's e Etec's aqui instalados. Mas o desenvolvimento deste polo ainda patina. A USP só implantou cursos novos um tanto desconectados com a demanda de atração de empregos industriais e a Unifesp abre seu campus somente neste ano com um curso de geografia. Engenharias, arquitetura, direito, medicina ainda são sonhos dos moradores e lideranças.

Desequilíbrio ambiental – Como toda a cidade, a Zona Leste também tem suas contradições na questão ambiental, fruto do tipo de ocupação do território como aqui se deu. Se ela tem em seu centro o segundo maior parque da cidade, o Parque do Carmo, ladeado pela APA do Carmo, um remanescente de Mata Atlântica que é um orgulho e precisa ser preservado, além da gigante área verde do Cemitério da Vila Formosa e a APA da Várzea do Tietê, a região é pouco arborizada. Segundo estudiosos da USP, isso influi no clima - mais quente que em outras regiões da cidade - e influencia as grandes pancadas de chuvas que ocorrem nas cabeceiras de rios e córregos que descem para o Tietê: massas de ar quente que aqui de formam e se deslocam, chocam-se com as massas de ar quente vindas do Litoral Norte. Por isso, imprescindível pensar e agir na preservação das áreas verdes existentes e na rearborização da região.